Madrugada em Helsinque

Rami Saari | Do livro Olha, encontrei a minha casa, 1988


Madrugada nos jardins, nas rochas graníticas,
madrugada nas ilhas, vapor nos bondes.
O bafo das bocas desfaz-se nas ruas despertas.
A lua doente domina as entradas do céu frio
já disposta a desvanecer-se para lá dos bancos encerrados.
Uns amores doridos escorrem para o golfo finlandês
e de lá navegam em direção ao Báltico.
Com um sorriso melancólico apagado pelo sorvete aveludado,
cujo preço, nas bancas da estação ferroviária, confirma
o absurdo das coisas:
a manhã saúda um bêbado que mija na parede.


“Quatro cinco um”, 1.2.2023


PORTUGUESE POETRY translated by Saari to Hebrew
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Laranja Original


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