Rami Saari
As ruas vão gelando.
Vou por elas a pensar na minha primeira professora de húngaro.
Ela vive agora em Nyíregyháza numa casa cercada de roseiras
e com o reboco das paredes a estalar. A sua voz era simples e delicada
quando lia o poema “Segredos” de Attila József.
A cabeça parecia a copa emaranhada dum cipreste,
eu gostaria de ter feito ali o ninho.
Tenho muito frio. Parece que hoje na cantina da universidade
o almoço vai ser peixe. Vou pensando na minha primeira
professora de húngaro e queria que ela aqui estivesse
para me beijar as cicatrizes todas.
Tr. João Paulo Esteves da Silva, Ed. Maria F. Roldão, NERVO Colectivo de peosia, Nº 23, Jan/Abr 2025
PORTUGUESE POETRY translated by Saari to Hebrew
PORTUGUESE PROSE translated by Saari to Hebrew
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NERVO Colectivo de peosia, Nº 23