A única democracia (no próximo oriente)

Rami Saari | Do livro Quanta, quanta guerra, 2002


Este não vai ser um poema político, companheiros,
porque já não tenho paciência para vos aturar.
Não tenho paciência para caubóis e índios,
para agressores de polícias e para arrancadores de escalpes.
É aqui que temos os mancebos que deveriam
jogar diante de nós? Jogar?! Força 17
com uma carícia de morteiro, e o meu filho querido
brandindo cassetetes e balas?
Que posso eu dizer? O filme é mesmo fascinante,
embora a maioria de nós tenha papéis secundários,
mas ainda não perdemos a esperança de o interpretar
como homens, em cenário grandioso:
comer, tragar e devorar tudo como um fogo vivo,
como um antropomorfismo de Deus, como idólatras
adorando uma meretriz bíblica, uma prostituta de um templo,
um rego na terra, uma cidade de loucos,
e aqui o faroeste instala-se no túmulo dos patriarcas,
no Oriente.


“Quatro cinco um”, 1.2.2023


PORTUGUESE POETRY translated by Saari to Hebrew
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Laranja Original


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