Rami Saari
Nos banhos públicos de Al-Shifa’ em Schem
massajou-me as costas o jovem Sahid,
e seu peito alto ofegou de tal modo
que as comportas todas do seu céu se abriram:
os joelhos dobrados tremeram na pedra,
seu hálito fundiu-se com os vapores da sala.
Do seu ventre, alpendre cheio de trigo e palha,
escorreram chuvas tardias alagando o solo.
E depois, o sabão. E depois, a água.
E depois, toalhas e chávenas fumegantes.
Com o passar do tempo as comportas do céu entraram
à socapa no espaço reduzido que há entre as palavras.
Tr. João Paulo Esteves da Silva, Ed. Maria F. Roldão, NERVO Colectivo de peosia, Nº 23, Jan/Abr 2025
PORTUGUESE POETRY translated by Saari to Hebrew
PORTUGUESE PROSE translated by Saari to Hebrew
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NERVO Colectivo de peosia, Nº 23